MEU VAQUEIRO MEU PEÃO.


 

Todas as sextas e sábados encontrava sua turma na balada. Ficava com algumas garotas, nada sério, não passavam de uns amassos. Até que naquela fatídica noite de sábado ela aparece com uma amiga que sempre frequentava a danceteria. 

Seu olhar contagiante, seu cabelo encaracolado, pele morena o fizeram gostar dela desde o primeiro olhar. Foram apresentados, de maneira fria nem prestou atenção nele. Tentou puxar conversa, respondia educadamente. Fez de tudo para chamar sua atenção, quem sabe não conquistava a gata.

Faltou combinar com ela! Sem chance. Foram dois anos tentando, sábados e mais sábados se passavam e nada. Ela ficava com outros rapazes e nunca com ele. Conseguiu seu telefone, ligou do orelhão diversas vezes a convidando para sair. Fez de tudo, levou presente de aniversário e a adulou com tudo que podia. Sabia que o não ele já tinha e sempre essas três malditas letras venciam.

     Um dia ela aceitou. Foram para o Trago Nosso de Cada Noite.  Recusou a famosa pizza frita da casa. Beberam, riram e rolaram uns beijos. A sequencia não se manteve. Nunca mais conseguiu sair com ela de novo, apesar dos inúmeros convites. O tempo é implacável, perderam contato!

 Anos depois ele está na sua empresa, venda de roupas no Brás, conversando bobagens com as vendedoras. Raras vezes ficava na porta, preferia se manter no fundo, mas o destino as vezes é implacável.

 Quem aparece na banca de roupas olhando peças infantis? Ela mesmo, a vendedora levanta para atender, deixa que eu resolvo. Ela o reconhece de primeira, esboça um sorriso simpático. 

 Dão um beijo protocolar, lhe pergunta se trabalha na loja. Responde que é dele, percebe a reação de estranheza no seu rosto. Um tanto ruborizada não consegue disfarçar a surpresa! 

     O olhar diz muito, seus olhos lhe contam que nunca imaginou que o garoto que gastava fichas de orelhão para falar com ela fosse dono daquela loja imensa no Brás. Parece que ela sentiu aquele justo ou injusto arrependimento, porque não fizera diferente. 

  A vida é feita de escolhas e as que fizera não foram as melhores tendo que lidar com um homem que não trabalhava, bebia o dia todo e ainda partia para cima.

 Se despedem carinhosamente e nunca mais se veem. Tempos depois ele foi assistir a uma apresentação da banda de forró Mastruz com Leite. A vocalista Katia Cilene tinha o jeitinho dengoso, o cabelo encaracolado, a voz doce e o rosto de menina dela. 

 Lágrimas caíram quando cantou o sucesso "Meu Vaqueiro Meu Peão". Diferente da música, onde se celebra o amor de uma mulher por seu vaqueiro que trabalha duro, seu amor nunca foi correspondido. 

 "E Valeu Boi" faz parte do refrão da música, é uma antiga gíria da vaquejada dizendo que a puxada do boi foi bem-sucedida. Metaforicamente fala que o amor pelo vaqueiro foi bem sucedido, valeu a pena, que a dedicação a essa pessoa foi esplêndido. O dele foi um fracasso. Viu em Katia Cilene a personificação de uma pessoa que amou muito e não foi correspondido. 

Ali Hassan Ayache


Já vem montado em seu alazãoChapéu de couro, laço na mãoSeu belo charme me faz cantar
No rosto, um grande lutadorQue trabalha com calorCom toda dedicação
Ó meu vaqueiro, meu peãoConquistou meu coraçãoNa pista da paixão e valeu o boi
Ó meu vaqueiro, meu peãoConquistou meu coraçãoNa pista da paixão e valeu o boi
Eu estou sempre onde ele estáForró, vaquejada, qualquer lugarEu vou seguindo o meu peão
Seus braços fortes, sua corVaqueiro eu quero o teu calorEm teus braços quero estar
Ó meu vaqueiro, meu peãoConquistou meu coraçãoNa pista da paixão e valeu o boi
Ó meu vaqueiro, meu peãoConquistou meu coraçãoNa pista da paixão e valeu o boi
Teu amor valeu o boiTeu calor valeu o boiTer você valeu o boiMeu vaqueiro
Teu amor valeu o boiTeu calor valeu o boiTer você valeu o boiMeu vaqueiro
É o forró Mastruz com Leite!
Já vem montado em seu alazãoChapéu de couro, laço na mãoSeu belo charme me faz cantar
No rosto um grande lutadorQue trabalha com calorCom toda dedicação
Ó meu vaqueiro, meu peãoConquistou meu coraçãoNa pista da paixão e valeu o boi
Ó meu vaqueiro, meu peãoConquistou meu coraçãoNa pista da paixão e valeu o boi
Teu amor valeu o boiTeu calor valeu o boiTer você valeu o boiMeu vaqueiro
Teu amor valeu o boiTeu calor valeu o boiTer você valeu o boiMeu vaqueiro

Letra : Rita de Cássia


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